Cirurgia para prolapso retal completo em adultos

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Prolapso retal completo é quando a parte inferior do intestino (o reto) surge através do ânus. É mais comum em idosos, especialmente em mulheres, apesar de os motivos pelos quais isso acontece são incertos. Prolapso retal pode causar complicações (tais como dor, úlceras e sangramento), e causa incontinência fecal (incapacidade de controlar as defecações). Cirurgia é habitualmente utilizada no tratamento do prolapso. Não foram encontrados estudos que comparassem métodos cirúrgicos e não-cirúrgicos. Não houve evidência suficiente a partir dos 380 participantes nos 12 ensaios clínicos incluídos na revisão para demonstrar definitivamente qual tipo de cirurgia é melhor. Entretanto, existe um ensaio clínico que está em andamento que pode fornecer alguma informação no futuro.

Conclusão dos autores: 

O pequeno tamanho da amostra dos ensaios clínicos incluídos, juntamente com suas fraquezas metodológicas, limitam profundamente a utilidade desta revisão para orientar a prática. É impossível identificar ou refutar diferenças clinicamente importantes entre as opções cirúrgicas disponíveis. Ensaios clínicos maiores e mais rigorosos são necessários para melhorar a evidência para se definir o tratamento cirúrgico ideal para prolapso retal: os resultados de um ensaio clínico deste tipo são aguardados.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Propalpso retal completo é uma condição debilitante da qualidade de vida que comumente afeta pessoas idosas. A variação de métodos cirúrgicos disponíveis para corrigir os defeitos do assoalho pélvico subjacentes em prolapso retal completo sugere que não há acordo sobre a escolha da melhor técnica cirúrgica.

Objetivos: 

Para determinar os efeitos da cirurgia no tratamento do prolapso retal em adultos.

Métodos de busca: 

Nós pesquisamos na Cochrane Incontinence Group Specialised Registe (busca dia 10 de janeiro de 2008), Cochrane Colorectal Cancer Group Trials Register (busca dia 10 de janeiro de 2008), no CENTRAL (Volume 1, 2008), no PubMed ( de 01 janeiro de 1950 à 10 de janeiro de 2008) e na EMBASE ( de 01 de janeiro de 1998 à 10 de janeiro de 2008). O "British Journal of Surgery" ( de janeiro de 1995 à janeiro de 2008) e a "Diseases of the Colon and Rectum" ( de janeiro de 1995 a janeiro de 2008) foram especificamente pesquisados. Os trabalhos resultantes dos encontros da Associação de Coloproctologia realizados de 1999 à 2007 foram lidos. Foram pesquisadas as listas de referência de todos os artigos relevantes para futuros ensaios clínicos

Critério de seleção: 

Todos os ensaios randomizados ou quase randomizados de cirurgia no tratamento de prolapso retal em adultos.

Coleta dos dados e análises: 

Três revisores independentemente selecionaram estudos de buscas na literatura, avaliaram a qualidade metodológica dos ensaios clínicos elegíveis e os dados extraídos. As quatro medidas de resultados primários foram: número de pacientes com prolapso retal recorrente, o número de pacientes com prolapso da mucosa residual, e o número de pacientes com incontinência fecal ou constipação.

Principais resultados: 

Doze ensaios clínicos randomizados incluindo 380 participantes foram identificados e incluídos nesta revisão. Um ensaio clínico comparou a abordagem cirúrgica abdominal com a perineal, três ensaios clínicos compararam os métodos de fixação, três ensaios clínicos estudaram os efeitos da divisão do ligamento lateral, um ensaio clínico comparou técnicas de retossigmoidectomia, dois ensaios clínicos compararam cirurgia laparoscópica e aberta e dois ensaios clínicos compararam retopexia com e sem ressecção.

A heterogeneidade dos objetivos, intervenções e resultados dos ensaios clínicos dificultou a análise. Muitos objetivos da revisão foram cobertos por apenas um ou dois estudos com pequeno número de participantes. Com esses pressupostos em mente não há dados suficientes para dizer qual das abordagens abdominal ou perineal tem um resultado melhor. Não houve diferenças detectáveis entre os métodos utilizados para a fixação durante a retopexia. Divisão, ao invés da preservação, dos ligamentos laterais foi associada com menor recorrência de propalso porém com maior taxa de constipação intestinal no pós-operatório. Retopexia laparoscópica foi associada com menores taxas de complicações pós-operatórias e menor tempo de internação hospitalar que a retopexia aberta. Ressecção intestinal durante a retopexia esteve associada a menores taxas de constipação.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Pedro Luiz Toledo de Arruda Lourencao, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com