Enquanto os melanomas são responsáveis por apenas 5% dos cânceres de pele, ele é importante pois é causa de 75% das mortes relacionadas ao câncer de pele.Para o melanoma cutâneo primário, o tratamento padrão é a completa remoção cirúrgica do melanoma com uma margem de segurança a certa distância da margem visível do tumor primário. A razão da margem de segurança é a remoção do tumor e quaisquer células do melanoma que possam ter invadido a pele adjacente. Todavia, a largura ótima da margem de segurança (excisão) permanece incerta.
Essa revisão sistemática resume as evidências em relação a quantidade de tecido (margem de segurança) que deve ser removida em melanomas cutâneos primários (câncer de pele).Margens de excisão são importantes pois poderia haver um favorecimento do resultado cosmético, mas com piora sobrevida a longo-termo, se as margens forem muito estreitas.
É importante notar que para os objetivos dessa revisão, consideramos apenas os melanomas invasivos - que invadiram as camadas profundas da pele (derme) - e não os melanomas-in-situ, cujas células estão confinadas a camada mais externa da pele (epiderme).
Encontramos cinco ensaios clínicos randomizados publicados, sendo que nenhum deles mostrou diferença estatisticamente significante na sobrevida geral de pacientes que tiveram uma retirada larga ou estreita do melanoma e tecido adjacente. Similarmente, nossa meta-análise mostrou que não houve diferença estatisticamente significante na sobrevida geral em relação aos dois grupos tratados com excisões largas ou estreitas.
A estimativa final para a sobrevida geral favoreceu a excisão larga discretamente, mas o resultado não era estatisticamente significante. Este resultado é compatível com uma redução relativa de 5% na mortalidade global favorecendo a excisão mais estreita e uma redução relativa de 15% na mortalidade global favorecendo a excisão mais larga.
Atualmente, as evidências de ensaios clínicos randomizados são insuficientes para definir as margens de excisão ótimas para melanomas cutâneos primários.
Esta revisão sistemática resume as evidências em relação a largura das margens de excisão de melanomas cutâneos primários. Nenhum dos cinco ensaios clínicos publicados, nem a nossa meta-análise, mostrou diferença estatisticamente significante na sobrevida global entre excisão larga ou estreita.
A estimativa final de sobrevida global favoreceu a excisão larga discretamente [risco relativo 1,04; intervalo de confiança 95% 0,95 a 1,15; P = 0.40], mas não houve diferença estatística. Este resultado é compatível com uma redução relativa de 5% na mortalidade global favorecendo a excisão mais estreita e uma redução relativa de 15% na mortalidade global favorecendo a excisão mais larga. Assim, uma pequena (mas potencialmente importante) diferença na sobrevida global entre margens largas ou estreitas não pode ser confiavelmente descartada.
A estimativa final para a sobrevida sem recorrência favoreceu a excisão larga [risco relativo 1,13; P = 0,06; intervalo de confiança 95% 0,99 a 1,28], embora, novamente, os resultados não tenham atingido diferença estatística (P < 0,05).
Atualmente, as evidências de ensaios clínicos randomizados são insuficiente para definir as margens de excisão ótimas para melanomas cutâneos primários.
Melanoma cutâno é responsável por 75% das mortes por câncer de pele. O tratamento padrão é a excisão cirúrgica com margens de segurança a alguma distância das bordas do tumor primário. O objetivo da margem de segurança é remover completamente o tumor primário e quaisquer células do melanoma que possam ter invadido a pele adjacente.
Margens de excisão são importantes, pois pode haver um favorecimento do resultado cosmético, mas com pior sobrevida a longo-termo, se as margens forem muito estreitas. A largura ótima das margens de excisão permanece incerta. Esta incerteza justifica a revisão sistemática
Avaliar os efeitos de diferentes margens de excisão de melanomas cutâneos primários.
Em Agosto de 2009, buscamos por ensaios clínicos randomizados relevantes no Cochrane Skin Group Specialised Register; Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) in The Cochrane Library (Edição 3, 2009), MEDLINE, EMBASE, LILACS, e outras bases de dados incluindo Ongoing Trials Registers.
Consideramos todos os ensaios clínicos randomizados (ECR) de excisão cirúrgica de melanoma comparando diferentes larguras de margens de excisão.
Avaliamos a qualidade dos estudos, e extraímos e analisamos os dados de sobrevida e recorrência. Coletamos informações dos efeitos adversos incluídos nos estudos.
Identificamos cinco ensaios clínicos. Havia 1633 participantes no grupo de margem de excisão estreita e 1664 no grupo de margem de excisão larga. A definição de margem estreita variou de 1 a 2 cm; a de margem larga variou de 3 a 5 cm. O tempo médio de seguimento dos pacientes variou de 5 a 16 anos.
Notas de tradução CD004835.pub2