Efeitos analgésicos de antipsicóticos nos estados de dor aguda e crônica

Medicamentos denominados "antipsicóticos", utilizados para tratar alguns problemas de saúde mental, são por vezes utilizados no tratamento da dor crônica. Um novo tipo dessas medicações, chamados de "antipsicóticos atípicos" está disponível, com menos efeitos colaterais e alguns benefícios adicionais. Os autores da revisão avaliaram o efeito destes medicamentos na dor e seus efeitos colaterais. Com base em 5 dos 11 ensaios incluídos houve alguns efeitos benéficos dos antipsicóticos para o tratamento da dor aguda e crónica. A análise desses estudos demonstrou uma redução significativa na dor após a administração do antipsicótico em comparação com o placebo ou outro medicamento, no entanto, estes resultados foram baseados em estudos pequenos e, portanto, podem não ser confiáveis. Também é importante considerar os efeitos indesejados que estes medicamentos possam causar.

Conclusão dos autores: 

Uma pesquisa recente revelou cinco novos estudos, todos excluídos, de modo a manter a avaliação da mesmo forma que a anterior.

Antipsicóticos podem ser utilizados como terapia adjuvante no tratamento de condições dolorosas. No entanto, efeitos colaterais, extrapiramidais e sedativos, têm de ser consideradas antes de introduzir antipsicóticos no tratamento de condições dolorosas.

Resultados de antipsicóticos no tratamento de diferentes condições dolorosas são conflitantes e a maioria dos tamanhos amostrais dos RCTs revisados é pequena. Outros estudos sobre antipsicóticos atípicos em estudos controlados com placebo, duplo-cegos maiores, que incluem a avaliação da dor de maneira padronizada e documentada são necessários.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Esta é uma versão atualizada da revisão original Cochrane publicado em Issue 4, 2008. O papel dos antipsicóticos como analgésicos adjuvantes é um assunto controverso de longa data. Neuroleptoanalgesia (corresponde a um estado de quiescência, consciência alterada e a analgesia, produzida pela combinação do uso de um analgésico opioide associado a um antipsicótico), um termo estabelecido para o manejo da dor aguda, mostrou influenciar negativamente o curso da doença e a mortalidade total em pacientes com angina instável. No entanto, antipsicóticos são utilizados no tratamento da dor crônica (por exemplo, cefaleia crônica, fibromialgia e neuropatia diabética). Com antipsicóticos atípicos, uma nova classe de antipsicóticos, há menos efeitos colaterais extrapiramidais e outros benefícios adicionais podem estar disponíveis.

Objetivos: 

Para avaliar a eficácia analgésica e efeitos adversos dos antipsicóticos na dor aguda ou crônica em adultos.

Métodos de busca: 

As seguintes bases de dados foram pesquisados: CENTRAL, em A Biblioteca Cochrane (Edição 12, de 12, de 2012); MEDLINE (1966 a 2013/11/01); EMBASE (1980-2013 semana 03) e PsycINFO 1806 e Jan semana 3 2013. Pesquisas foram executados inicialmente em 2007 e novamente em 2011 e 2013.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados (ECR), com pacientes adultos, prescritos com qualquer dose de um antipsicótico oral, para dor aguda ou crónica, em que a avaliação subjetiva da dor foi descrita como desfecho primário ou secundário, foram incluídos nesta revisão.

Coleta dos dados e análises: 

Os dados foram extraídos por dois autores da revisão independentes e os resultados foram comparados às diferenças. Discrepâncias foram resolvidas por discussão. Todos os ensaios foram pontuados qualitativamente de acordo com os métodos estabelecidos no ponto seis do Cochrane Handbook para revisões sistemáticas de intervenções .

Principais resultados: 

Um total de 770 participantes estiveram envolvidos nos 11 estudos incluídos. Dados de cinco estudos duplo-cego randomizado incluidos demonstram efeitos benéficos dos antipsicóticos no tratamento da dor aguda e crónica. A análise quantitativa destes estudos mostrou uma redução significativa da intensidade média da dor após a administração do antipsicótico em comparação com placebo ou outro componente ativo, diferença de média ponderada (WMD) -1,78 (IC95% -2,71 a -0,85) para variáveis contínuas; e risco relativo (RR) (IC 95% 0,25 a 0,73) 0,43, número necessário para tratar a beneficiar (NNT) 2.6 para os dados dicotômicas. No entanto, o teste para heterogeneidade era significativo para ambos as variáveis contínuas (p = 0,0007) e para variáveis dicotômicas (P = 0,04). Obviamente, isso faz com que o NNT calculado seja menos confiável ​​e se recomenda precaução na interpretação destes resultados.

Os efeitos adversos mais frequentemente relatados foram extrapiramidais (ou seja movimentos involuntários, parkinsonismo e acatisia) e efeitos sedativos.

Notas de tradução: 

Tradução da Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil (Marcos André Nogueira Frasson Filho) Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com Translation notes: CD004844

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