Benzodiazepínicos são mais eficazes que placebo contra crises de abstinência de álcool, enquanto que possuêm perfis variáveis contra outros tratamentos comumente utilizados.
Esta revisão da Cochrane resume evidências de sessenta e quatro ensaios clínicos controlados e randomizados avaliando a efetividade e segurança dos benzodiazepínicos no tratamento dos sintomas de abstinência de álcool. Os dados disponíveis mostram que os benzodiazepínicos são efetivos contra crises de abstinência de álcool quando comparado ao placebo e tem um benefício potencialmente protetor para muitos desfechos quando comparado com outros fármacos. Os dados sobre os resultados de segurança são escassos e fragmentados.
Benzodiazepínico mostrou um benefício de proteção contra sintomas de abstinência do álcool, em especial nas convulsões, quando comparando ao placebo e um benefício potencialmente protetivo para muito desfechos quando comparado com outros fármacos. No entanto, nenhuma conclusão definitiva sobre a efetividade e segurança dos benzodiazepínicos é possível, por causa da heterogeneidade dos estudos tanto das intervenções quando das avaliações dos desfechos.
Abuso e dependência do álcool representa um sério problema de saúde em todo o mundo com interpolações sociais, interpessoais e legais. Benzodiazepínico tem sido amplamente utilizado para o tratamento de sintomas de abstinência do álcool. Além disso, não está claro se diferentes benzodiazepínicos e diferentes esquemas de administração podem ter os mesmos efeitos.
Avaliar a efetividade e segurança de benzodiazepínicos no tratamento de abstinência de álcool.
Cochrane Drugs and Alcohol Group' Register of Trials (Dezembro de 2009), PubMed, EMBASE, CINAHL (Janeiro de 1966 a Dezembro de 2009), EconLIT (1969 a Dezembro de 2009). Pesquisas paralelas em websites sobre avaliação de tecnologia em saúde e agências relacionadas, e suas bases de dados.
Ensaios clínicos controlados e randomizados examinando a efetividade, segurança e risco-benefício de benzodiazepínicos na comparação com placebo ou outros tratamentos farmacológicos e entre eles mesmos. Todos os pacientes foram incluídos independente da idade, gênero, nacionalidade, e terapia ambulatorial ou de internação.
Dois autores selecionaram e extraíram dados dos estudos, de forma independente.
Sessenta e quatro estudos, 4309 participantes, preencheram os critérios de inclusão.
- Comparando benzodiazepínicos versus placebo, benzodiazepínicos teve um melhor desempenho em convulsões, 3 estudos, 324 participantes, RR 0,16 (0,04 a 0,69), não houve diferença estatisticamente significante para os outros desfechos considerados.
- Comparando benzodiazepínicos versus outros fármacos, houve uma tendência em favor dos benzodiazepínicos para convulsões e controle de delírios, efeitos adversos graves e potencialmente fatais, desistências, desistências devido aos efeitos adversos e avaliação global do paciente. Uma tendência em favor do grupo controle foi observado para o score CIWA-Ar após 48 horas e no final do tratamento. Os resultados alcançaram significância estatística somente em um estudo, com 61 pacientes, resultados da escala de avaliação de ansiedade de Hamilton favoreceu o grupo controle DM -1,60 (-2,59 a -0,61).
- Comparando diferentes benzodiazepínicos entre eles mesmos, resultados não atingiram significância estatística, mas o clordiazepóxido teve um desempenho melhor.
- Comparando benzodiazepínico mais outro fármaco versus outro fármaco, resultados não atingiram significância estatística.
- Na comparação de esquemas fixos versus esquemas baseados nos sintomas, resultados de um único estudo, com 159 participantes, favoreceu os esquemas baseados nos sintomas DM -1,10 (-3,27 a 1,07) para score CIWA-Ar no final do tratamento. Diferenças em ensaios isolados devem ser interpretadas cuidadosamente.
Notas de tradução CD005063.pub3