A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença degenerativa progressiva, que leva ao desenvolvimento de vasos sanguíneos sob a retina, o que eventualmente leva a prejuízo visual. A terapia antiangiogênica é uma nova abordagem para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade neovascular. O interferon é um agente antiangiogênico cuja função seria prevenir o crescimento de células endoteliais que ajudam a formar estes novos vasos sanguíneos. Esta revisão incluiu um ensaio clínico randomizado com 481 participantes, todos com mais de 50 anos de 45 deferentes centros. O ensaio clínico comparou a terapia com interferon alfa ao placebo com um seguimento de 52 semanas. A proporção de participantes que teve perda de pelo menos três linhas de visão na 52ª semana não diferiu significativamente entre os grupos controle e de tratamento. Os resultados do ensaio clínico foram inconclusivos e sugerem que de alguma forma a intervenção pode ser prejudicial. Uma vez que várias intervenções antiangiogênicas estão disponíveis agora, é improvável que estudos adicionais com interferon possam ser justificados.
Até o presente momento não há evidências suficientes para recomendar o uso do interferon alfa-2a para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade.
A terapia antiangiogênica é uma nova abordagem para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade neovascular. O interferon alfa é um agente antiangiogênico cuja função seria inibir a migração e proliferação de células endoteliais. Ele tem sido usado no tratamento de hepatites, tumores sólidos e doenças malignas hematológicas.
O objetivo desta revisão foi investigar o interferon alfa como uma modalidade de tratamento para degeneração macular relacionada à idade.
Nós pesquisamos e identificamos ensaios clínicos pela the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), que contém o the Cochrane Eyes and Vision Group Trials Register, na The Cochrane Library (Fascículo 3, 2007), the National Research Register (Fascículo 3, 2007), MEDLINE (1966 a Julho 2007), EMBASE (1980 a Julho 2007), LILACS (Latin American and Caribbean Health Science Literature Database) (Julho 2007) e as listas de referência dos estudos incluídos.
Nós incluímos ensaios clínicos randomizados avaliando terapia com interferon alfa em pessoas com degeneração macular relacionada à idade neovascular que foram seguidas por pelo menos um ano.
Ambos os autores da revisão extraíram os dados de forma independente e avaliaram a qualidade dos ensaios clínicos. Nenhum sumário de dados foi realizado porque somente um ensaio clínico preencheu o critério de inclusão.
O único ensaio clínico incluído randomizou 481 participantes de 45 centros ao redor do mundo para quatro grupos. O estudo permitiu a análise do número de participantes que tinham perdido três linhas ou mais de visão na 52ª semana em três grupos interferon alfa-2a versus placebo. Os resultados mostraram uma razão de chances (odds ratio) de 1.60 (95% Intervalo de Confiança 1.01 a 2.53) indicando que o interferon é associado com um aumento de 60% de chance de perda de três ou mais linhas na 52ª semana. Este achado está no limiar estatístico com um valor de P de 0,04 e indica que o tratamento tem potencial para ser mais prejudicial que benéfico.
Traduzido por: Eliane Chaves Jorge, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com