Antibióticos para mastite em lactantes

A inflamação da mama, também conhecida como mastite, pode ser de origem infecciosa ou não. A mastite infecciosa é uma das infecções mais comuns em mulheres que amamentam (lactantes). Essa condição (infecciosa ou não) pode se apresentar de diversas formas, indo desde quadros leves com uma pequena inflamação local com vermelhidão, aumento local da temperatura e dor na mama acometida, até quadros mais graves com febre, abscessos e até septicemia o que pode levar a uma internação hospitalar da lactante. A recuperação da mastite pode ser lenta e trazer grande desconforto tanto para a mãe como para o bebê. A mastite costuma ocorrer durante os três primeiros meses após o parto e pode levar a mãe a ter que ficar de repouso na cama por um dia, seguido de restrição das suas atividades. A mastite também pode levar à diminuição na produção e na liberação do leite e a dificuldades para cuidar do bebê. Portanto, a mastite é um problema para a mãe, exige gastos com o tratamento, pode levar ao desmame e também a complicações graves como septicemia. Por todos estes motivos, a mastite é um problema sério que precisa ser diagnosticado precocemente e tratado adequadamente. Essa revisão incluiu dois estudos com aproximadamente 125 mulheres. Um estudo comparou dois antibióticos diferentes, não encontrando nenhuma diferença entre eles em termos de alívio dos sintomas. O outro estudo comparou nenhum tratamento versus esvaziamento da mama, antibioticoterapia e a combinação de esvaziamento junto com antibioticoterapia e conclui que as mulheres que receberam antibióticos tiveram um alívio mais rápido dos seus sintomas. Existe pouquíssima evidência sobre a efetividade do uso de antibióticos para o tratamento da mastite e são necessários mais estudos sobre esse assunto.

Conclusão dos autores: 

As evidências são insuficientes para avaliar a efetividade da antibioticoterapia no tratamento da mastite puerperal. São necessários mais ensaios clínicos randomizados duplo-cego e de boa qualidade antes que possam ser feitas recomendações quanto à prescrição, ou não, de antibióticos para o tratamento da mastite puerperal.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A mastite pode ser causada por erros de posicionamento do bebê no seio materno ou amamentação restrita. A mastite infecciosa é geralmente causada pelo Staphylococcus aureus. Até 33 % das lactantes podem ter mastite. O tratamento habitual da mastite se baseia no esvaziamento do leite, analgésicos e antibióticos.

Objetivos: 

O objetivo desta revisão foi avaliar a efetividade da antibioticoterapia no alívio dos sintomas de lactantes com mastite, com ou sem confirmação laboratorial do diagnóstico.

Métodos de busca: 

Fizemos buscas na base de dados eletrônica no Cochrane Pregnancy and Childbirth Group Trials Register (em 30 de Setembro de 2012). Entramos em contato com pesquisadores e outros especialistas da área, buscando identificar estudos não publicados. A busca foi complementada pela análise das listas de referências bibliográficas dos artigos encontrados.

Critérios de seleção: 

Foram incluídos nesta revisão apenas ensaios clínicos controlados e randomizados (ECR) ou quasi -randomizados que compararam a efetividade de diversos esquemas de antibioticoterapia para o tratamento da mastite ou que compararam antibioticoterapia versus outros tipos de tratamento.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores avaliaram de forma independente a qualidade dos estudos e extraíram os dados. Um terceiro revisor foi consultado em caso de discordância entre os dois revisores.

Principais resultados: 

Dois estudos preencheram os critérios de inclusão. Um estudo com pequena casuística (n = 25) comparou Amoxacilina com Cefradina e não encontrou diferença significante entre esses dois antibióticos para o alívio dos sintomas ou na formação de abscessos. Outro estudo mais antigo, comparou o uso exclusivo do esvaziamento mamário versus antibioticoterapia mais esvaziamento, versus nenhum tratamento. Segundo esse estudo, a duração dos sintomas foi menor nas mulheres que receberam antibióticos; porém esse estudo teve falhas no seu desenho.

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