A finasterida proporciona alívio dos sintomas relacionados à hiperplasia prostática benigna.

A finasterida, quando comparada ao placebo e aos comparadores ativos, melhora os sintomas de longo prazo do trato urinário associados à hiperplasia prostática benigna.

Conclusão dos autores: 

A finasterida melhora os sintomas urinários a longo prazo em comparação ao placebo, mas é menos eficaz que a doxazosina. A terapia combinada de longo prazo com alfa-bloqueadores (doxazosina, terazosina) melhora significativamente os sintomas em comparação com uso isolado de finasterida. Finasterida associada à doxazosina melhora os sintomas de forma semelhante à doxazosina isolada. Em comparação com a doxazosina, a finasterida combinada doxazosina parece melhorar os sintomas urinários apenas em homens com próstatas médias (25 a < 40 mL) ou grandes (≥ 40 mL), mas não em homens com próstatas pequenas (25 mL).

Comparando a terapia de curto e longo prazo, a finasterida não melhora os sintomas significativamente melhor do que o placebo no curto prazo, mas no longo prazo melhora, embora a magnitude das diferenças tenha sido muito pequena (de < 1,0 ponto a 2,2 pontos). A doxazosina melhora os sintomas melhor do que a finasterida, tanto a curto quanto a longo prazo, com magnitude de diferenças de ∼2,0 pontos e 1,0 ponto, respectivamente. Finasterida combinada a doxazosina melhora as pontuações em comparação com finasterida isoladamente tanto em curto quanto em longo prazo, com diferenças médias de aproximadamente 2,0 pontos para ambos os momentos. Finasterida combinada doxazosina versus doxazosina melhora as pontuações igualmente a curto e longo prazo.

Os efeitos adversos relacionados ao medicamento finasterida são raros; no entanto, homens que tomam finasterida apresentam maior risco de impotência, disfunção erétil, diminuição da libido e distúrbio de ejaculação, em comparação ao placebo. Em comparação com a doxazosina, que apresenta maiores taxas de tontura, hipotensão postural e astenia, os homens que tomam finasterida apresentam maior risco de impotência, disfunção erétil, diminuição da libido e distúrbio de ejaculação. A finasterida reduz significativamente a astenia, a hipotensão postural e a tontura em comparação com a terazosina. A finasterida reduz significativamente o risco de astenia, tontura, distúrbio de ejaculação e hipotensão postural, em comparação com finasterida combinada a terazosina.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A hiperplasia prostática benigna (HPB), é o aumento não maligno da próstata em homens mais velhos e pode causar sintomas urinários incômodos como fluxo intermitente,fluxo urinário fraco, esforço para urinar, urgência, frequência aumentada e esvaziamento incompleto. A finasterida, um inibidor da 5-alfa redutase (5ARI), bloqueia a conversão de testosterona em di-hidrotestosterona, reduzindo o tamanho da próstata e sendo amplamente utilizada para tratar sintomas associados à HBP.

Objetivos: 

Comparar a eficácia clínica e os danos da finasterida versus placebo e controles ativos no tratamento de sintomas do trato urinário inferior (STUI).

Métodos de busca: 

Foram realizadas buscas na The Cochrane Library (que inclui CDSR ( Cochrane Database of Systematic Reviews ), DARE (Database of Abstracts of Reviews of Effects), HTA (Heath Technology Assessments) e CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled Trials, que inclui EMBASE e MEDLINE), LILACS (Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information) e Google Scholar para ensaios clínicos randomizados e controlados (RCTs). Também realizamos buscas manuais em revisões sistemáticas, referências e diretrizes de prática clínica.

Critério de seleção: 

Foram incluídos ensaios clínicos randomizados em inglês, com grupos placebo e/ou tratamentos ativos e duração de pelo menos 6 meses.

Coleta dos dados e análises: 

JT extraiu os dados, que incluíam características dos pacientes, desfechos e efeitos adversos. O desfecho primário foi a mudança em uma escore validada de escala de sintomas urinários, como a AUA/IPSS. Uma mudança clinicamente significativa foi definida como 4 pontos. Também categorizamos os desfechos pela duração dos estudo de ≤ 1 ano (curto prazo) e > 1 ano (longo prazo).

Principais resultados: 

A finasterida melhorou consistentemente os escores de sintomas urinários mais do que o placebo em ensaios com duração > 1 ano e reduziu significativamente o risco de progressão da HBP (retenção urinária aguda, risco de intervenção cirúrgica, aumento ≥ 4 pontos no AUASI/IPSS). Comparado à monoterapia com alfa-bloqueadores, a finasterida foi menos eficaz que a doxazosina ou a terazosina, mas igualmente eficaz quando comparada à tansulosina. Doxazosina e terazosina melhoraram significativamente o fluxo urinário máximo e a noctúria em comparação com finasterida. Em comparação com a tansulosina, o pico de fluxo urinário e a qualidade de vida melhoraram igualmente bem em comparação com a finasterida. No entanto, a finasterida foi associada a um menor risco de intervenção cirúrgica em comparação à doxazosina, mas não à terazosina, enquanto a finasterida e a doxazosina não foram diferentes quanto ao risco de retenção urinária aguda. Dois pequenos estudos não relataram diferença nas pontuações dos sintomas urinários entre finasterida e tansulosina. O Finasterida, combinado com doxazosina, melhorou os sintomas urinários de maneira semelhante ao uso isolado de doxazosina, com (melhora ≥ 4 pontos).

Para a finasterida, houve um risco aumentado de distúrbio de ejaculação, impotência e redução da libido, em comparação ao placebo. Em comparação com a doxazosina, a finasterida apresentou menor risco de astenia, tontura e hipotensão postural, e em comparação com a terazosina, a finasterida apresentou risco significativamente menor de astenia, tontura e hipotensão postural.

Notas de tradução: 

Tradução do Cochrane Brazil (Maurício Reis Pedrosa). Contato: tradutores.cochrane.br@gmail.com

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