Placas reabsovíveis versus de titânio para cirurgia ortognática

Essa tradução não está atualizada. Por favor clique aqui para ver a versão mais recente em inglês desta revisão.

Crescimento insuficiente ou excessivo de um ou ambos os maxilares pode conduzir a redução de função ou aparência facial pouco atraente, ambos podendo causar efeitos psicossociais duradouros e significantivos. O tratamento de casos severos pode requerer a combinação de aparelhos ortodônticos e cirurgia ortognática (correção dos maxilares).
Após a cirurgia, o osso cortado precisa ser imobilizado, para garantir que ocorra cicatrização ótima. Placas de titânio para fixação são reconhecidas como o "padrão ouro", mas desenvolvimentos recentes de biomateriais têm levado a um aumento no uso de placas e parafusos bioabsorvíveis, em cirurgia ortognática.
O uso de placas bioabsorvíveis para a fixação dos ossos faciais parece reduzir a necessidade de cirurgias futuras para a remoção das placas metálicas. Entretanto, enquanto placas reabsorvíveis parecem oferecer certas vantagens sobre as placas metálicas, permanecem preocupações quanto à estabilidade da fixação, ao tempo necessário para a sua reabsorção, à possibilidade de reações de corpo estranho e com algumas dificuldades técnicas experimentadas com placas reabsorvíveis.
Os autores da revisão identificaram um número limitado de ensaios clínicos randomizados, os quais abordavam apenas alguns desfechos preferidos e forneciam alguma evidência da efetividade de sistemas de placas reabsorvíveis para cirurgia ortognática.Os autores da revisão concluíram que pesquisas futuras deveriam providenciar evidências, para que as pessoas possam fazer escolhas embasadas se placas reabsorvíveis são tão eficazes quanto as de titânio, e que ensaios clínicos randomizados futuros devem ser bem desenhados e relatados de acordo com a declaração Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT)http://www.consort-statement.org).

Conclusão dos autores: 

Esta revisão fornece algumas evidências de que não há diferença estatisticamente significante, no desconforto pós-operatório, nível de satisfação do paciente, exposição de placa ou infeção, para placa e parafuso de fixação usando titânico ou material reabsorvível em cirurgia ortognática.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

O reconhecimento das limitações das placas e parafusos de titânio, usados para a fixação de ossos, tem levado ao desenvolvimento de placas fabricada com materiais bioabsorvíveis. Apesar das placas reabsorvíveis aparentemente oferecerem vantagens sobre as placas metálicas em cirurgia ortognática, subsistem preocupações quanto à estabilidade da fixação e o período de tempo necessário para a sua degradação, e a possibilidade de reação de corpo estranho.

Objetivos: 

Comparar a efetividade de sistemas de fixação bioabsorvíveis com sistemas de titânio, usados em cirurgia ortognática.

Métodos de busca: 

Pesquisamos nas seguintes bases de dados: Cochrane Oral Health Group Trials Register (até 26 de Janeiro de 2006); Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (The Cochrane Library 2005, Volume 4), MEDLINE (sem filtros) (de 1996 até 26 de Janeiro de 2006); e EMBASE (sem filtros) (de 1980 até 26 de Janeiro de 2006).

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados comparando sistemas de fixação reabsorvíveis versus de titânio para cirurgia ortgonática.

Coleta dos dados e análises: 

Heterogeneidade clínica entre os ensaios clínicos incluídos impediu o agrupamento de dados e apenas um resumo descritivo é apresentado.

Principais resultados: 

Essa revisão incluíu dois ensaios clínicos, envolvendo 103 participantes, um comparando placas e parafusos de titânio com reabsorvíveis e outro parafusos de titânio com reabsorvíveis, ambos provendo dados bastante limitados para o objetivo primário desta revisão. Todos os pacientes, em um dos ensaios clínicos, sofreram desconforto leve a moderado no pós-operatório, não havendo diferença estatisticamente significante entre os dois grupos, em diferentes tempos de seguimento. Escores médios de satisfação dos pacientes foram de 7,43 a 8,63 (variando 0 a 10), não havendo diferença estatisticamente siginificante entre os dois grupos durante todo seguimento. Efeitos adversos relatados em um estudo foram duas exposição de placas, em cada grupo, entre o terceiro e o nono mês. A exposição da placa ocorreu, principalmente, na região maxilar posterior, exceto por uma exposição de placa de titânio na região pré-molar da mandíbula. Causas conhecidas de infecção foram associadas com parafusos soltos e deiscência da ferida, não havendo diferença estatisticamente significante na taxa de infecção, entre placas de titânio (3/196) e reabsorvíveis (3/165) P = 0.83 (publicado como P = 0.67).

Notas de tradução: 

Traduzido por: Leonardo A. R. Righesso, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com