Terapia adjuvante com acetato de eslicarbazepina para a epilepsia focal fármaco-resistente

Pergunta de revisão

Esta revisão é uma atualização de uma revisão primeiramente publicada em 2011, e atualizada a última vez em 2017.

Revimos a evidência da eficácia e efeitos adversos do acetato de eslicarbazepina quando usado como tratamento adjuvante da epilepsia focal fármaco-resistente.

Contextualização

O acetato de eslicarbazepina é um medicamento antiepilético que pode ser adicionado (chamado um tratamento “adjuvante”) para tratar pessoas que estão a tomar outro medicamento antiepilético mas continuam a ter crises (chamada epilepsia fármaco-resistente). Esta revisão olhou para quão bem o acetato de eslicarbazepina funcionou quando usado como um tratamento adjuvante e para alguns dos efeitos adversos potenciais do medicamento.

Características do estudo

A evidência está atualizada até setembro de 2020. Incluímos sete ensaios clínicos com 2185 participantes com idades dos dois aos 77 anos. Os estudos incluídos tinham diferentes períodos de tratamento de 12 a 18 semanas. Todos os sete ensaios eram ensaios controlados e randomizados, o que significa que as pessoas foram divididas aleatoriamente entre grupos e comparadas.

Resultados principais

Esta revisão concluiu que o acetato de eslicarbazepina era eficaz quando usado em combinação com outros medicamentos para reduzir o número de crises nos adultos com epilepsia focal fármaco-resistente. O acetato de eslicarbazepina pode também ser eficaz na redução da frequência de crises nas crianças com epilepsia focal fármaco-resistente. As pessoas que tomaram acetato de eslicarbazepina tiveram maior probabilidade de não ter crises quando comparadas com pessoas que tomaram um placebo (um comprimido fictício), mas tinham maior probabilidade de parar de tomar o acetato de eslicarbazepina devido aos efeitos adversos. Estes incluíram tonturas, náuseas (sentir-se enjoado), sonolência (sentir-se ensonado), vomitar e diplopia (ter visão dupla).

Qualidade da evidência

Ao todo os sete ensaios usaram bons métodos, mas havia informação em falta nos ensaios para entre 10% e 45% das pessoas a tomar o medicamento em cinco ensaios de adultos. Esta informação em falta pode ter introduzido incerteza nos resultados e portanto a evidência nesta revisão é de qualidade moderada. Mais pesquisa é necessária para avaliar os efeitos de longo-prazo do acetato de eslicarbazepina e para explorar o seu benefício nas crianças com epilepsia.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Pedro Lopes das Neves, Serviço de Neurologia, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, e por Ricardo Manuel Delgado, Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e da Adolescência, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, com o apoio da Cochrane Portugal.

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