Com o aumento da esperança de vida a nível mundial, existe uma necessidade urgente de explorar as diferentes formas de prestar cuidados de saúde apropriados a pessoas idosas que precisam, no ambiente mais apropriado. Existem atualmente mais pessoas a viver com fragilidade, uma síndrome clínica caracterizada por vulnerabilidade a maus resultados de saúde, incluindo morte, admissão em lar de idosos ou perda de independência.
Queríamos saber se os cuidados organizados e coordenados prestados por profissionais de saúde, tais como médicos, enfermeiros ou terapeutas com experiência no cuidado de pessoas idosas frágeis (conhecidos como Avaliação Geriátrica Compreensiva, ou AGC) aumentavam as hipóteses dessas pessoas estarem vivas e se manterem na comunidade (em vez de um lar de idosos) em comparação com os cuidados que as pessoas idosas frágeis e residentes na comunidade recebem habitualmente. Também queríamos saber se a AGC reduziu a probabilidade de admissão ao hospital ou de visita ao serviço de urgência e o efeito que a AGC pode ter no nível de funcionamento e qualidade de vida de uma pessoa idosa.
A AGC foi realizada na casa da pessoa idosa ou noutro local da comunidade, e foi prestada por uma equipa de saúde com experiência em cuidados médicos de pessoas idosas. Procuramos estudos que comparassem cuidados baseados na AGC com os cuidados médicos habituais que as pessoas idosas recebem na comunidade.
Os autores da revisão identificaram 21 estudos relevantes com informação sobre 7893 pessoas idosas frágeis de 10 países e 4 continentes. Esta revisão mostra que pessoas idosas submetidas a AGC em vez dos cuidados médicos habituais não tiveram em geral um risco de morte significativamente menor.
Embora não pareça ter havido alteração da probabilidade de admissão a um lar de idosos, existe evidência de baixa qualidade que mostra que poderá existir um menor risco de admissão a um hospital em pessoas submetidas a AGC.
Embora não tenha parecido que a AGC tivesse efeito na necessidade de ir ao serviço de urgência ou nas quedas, o número de estudos que olhou para esses resultados foi insuficiente, não permitindo tirar nenhuma conclusão.
Pesquisamos estudos até Abril de 2020.
Traduzido por: Traduzido por: Juan José Rachadell, Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE). Revisão final: Knowledge Translation Team, Cochrane Portugal.