Idosos geralmente perdem a força muscular com a idade. Esta redução em força muscular e fraqueza associada significa que os idosos são mais propensos a apresentar problemas na realização de suas atividades diárias e a cair. O treinamento de resistência progressiva (PRT) é um tipo de exercício, no qual os participantes exercitam seus músculos contra algum tipo de resistência que é progressivamente aumentada conforme a força do participante aumenta. O exercício é usualmente realizado 2 a 3 vezes na semana de moderada a elevada intensidade, utilizando aparelhos de exercício, pesos livres ou faixas elásticas. Esta revisão propõe avaliar se PRT pode ajudar a melhorar o preparo físico e a força muscular em idosos.
Evidencias de 121 ensaios clínicos randomizados (6700 participantes) mostram que idosos que exercitam seus músculos contra uma força ou resistência tornam-se mais fortes. Eles também melhoram o desempenho em atividades simples como caminhar, subir degraus ou levantar-se de uma cadeira mais rapidamente. A melhora em atividades, como sair da cadeira ou subir escadas é geralmente maior do que a velocidade em caminhar. Além disso, estes exercícios de treinamento de força também melhoram as habilidades físicas dos idosos, incluindo mais atividades complexas diárias como banhar-se ou preparar uma refeição. PRT também reduz a dor em pessoas com osteoartrite. Havia evidencia insuficiente para comentar os riscos da PRT ou os efeitos a longa data.
Esta revisão demonstra evidencias de que a TRP é uma intervenção efetiva para melhorar o preparo físico de idosos, incluindo melhora na força e na performance de algumas atividades simples e complexas. Contudo, algumas cautelas são necessárias ao indicar estes exercícios para o uso por pessoas com alguma clinica, pois eventos adversos não foram adequadamente reportados.
Fraqueza muscular em idade avançada é associada com declinio do preparo físico. O exercício Treinamento de resistência progressiva (TRP) é indicado para melhorar a força.
Avaliar os efeitos do TRP em idosos e identificar eventos adversos.
Buscamos o Cochrane Bone, Joint and Muscle Trauma Group Specialized Register (março 2007), o Cochrane Central Register of Controlled Trials (The Cochrane Library 2007, fascículo 2). MEDLINE (1996 a 01 de maio de 2008), EMBASE (1980 a 06 de fevereiro de 2007), CINAHL (1982 a 01 de julho de 2007) e outros dois bancos de dados eletrônicos. Nós também buscamos listas de referencias de artigos, revisamos resumos de conferencias e contatamos autores.
Foram inclusos ensaios randomizados reportando resultados físicos do TRP em idosos.
Dois autores independentes revisaram os estudos selecionados, avaliaram a qualidade dos estudos e revisaram os dados. Os dados foram agrupados quando adequado.
e vinte e um estudos com 6700 participantes foram inclusos. . Na maioria dos estudos, PRT foi realizada duas ou três vezes por semana e em uma intensidade elevada. TRP resultou em uma pequena melhora, mas significativa na habilidade física (33 ensaios clínicos, 2172 participantes, DMP 0,14, 95% IC 0,05 a 0,22). Medição da limitação funcional também mostrou melhora: por exemplo . houve uma melhora modesta em velocidade de marcha (24 estudos, 1179 participantes, MD 0,08 m/s, 95% IC 0,04 a 0,12); e um efeito moderado a grande em levantar da cadeira (11 estudos, 384 participantes, DMP -0,94, 95% IC -1,49 a -0,38). TRP teve um efeito positivo grande em força muscular (73 estudos, 3059 participantes, DMP 0,84, 95% IC 0,67 a 1,00). Participantes com osteoartrite reportaram redução da dor após TRP (6 estudos, 503 participantes, DMP -0,30, 95% IC -0,48 a -0,13). Não houve evidências em outros 10 estudos (587 participantes) que TRP teve algum efeito na dor corporal. Efeitos adversos foram pobremente reportados, mas eventos adversos relacionados a queixas musculoesqueléticas, como dor articular e dor muscular, foram reportadas em muitos estudos que definiram prospectivamente e monitoraram esses eventos. Efeitos colaterais severos foram raros e nenhum evento sério foi relatado diretamente relacionado ao programa de exercício.
Traduzido por: Marcelo Zerbetto Fabricio, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com