Pergunta de revisão
Esta é a segunda atualização desta revisão, publicada pela primeira vez em 1998 e atualizada pela primeira vez em 2009. Pretendemos estudar os benefícios e malefícios do uso de medicamentos para reduzir a pressão arterial em adultos com hipertensão e idade igual ou superior a 60 anos.
Data de pesquisa
Pesquisámos a literatura médica disponível para encontrar todos os ensaios que compararam o tratamento com fármacos e placebo ou nenhum tratamento para avaliar esta questão. Nesta revisão foram incluídos dados até novembro de 2017.
Contexto
A hipertensão, comum entre idosos com idade igual ou superior a 60 anos, aumenta o risco de enfarte cardíaco e acidente vascular cerebral.
Caraterísticas do estudo
Detetámos 16 estudos que atribuíram aleatoriamente 26 795 doentes com hipertensão de idade igual ou superior a 60 anos para tratamento com fármacos hipotensores, para tratamento placebo ou para ausência de tratamento durante uma média de 4,5 anos.
Resultados principais
A terapêutica com medicamentos para reduzir a pressão arterial em pessoas com hipertensão de idade igual ou superior a 60 anos reduziu a ocorrência de morte, acidentes vasculares cerebrais e enfartes cardíacos. O benefício foi semelhante quer quando a pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica se encontravam elevados quer quando apenas a pressão arterial sistólica se encontrava elevada. O tratamento de primeira linha usado na maioria dos estudos foi uma tiazida. Um número maior de doentes desistiram dos estudos devido aos efeitos adversos deste tipo de medicamentos. A magnitude do benefício observado na mortalidade e morbilidade cardiovascular foi provavelmente maior em doentes com idade entre 60 e 79 anos do que em doentes muito idosos com idade igual ou superior a 80 anos.
Conclusões
O tratamento com medicação para reduzir a pressão arterial em pessoas com pressão arterial elevada, sem outras doenças e com idade igual ou superior a 60 anos reduz a ocorrência de morte, enfartes cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.
Qualidade da evidência
Os autores da revisão classificaram a qualidade da evidência como elevada para redução de mortes e moderada para redução de acidentes vasculares cerebrais e enfartes cardíacos.
Traduzido por: Miguel Bigotte Vieira, Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, com o apoio da Cochrane Portugal