Não foi encontrada evidência, proveniente de ensaios clínicos randomizados, sobre os efeitos da redução do número de fetos em gestantes com gestação múltipla. Os achados oriundos de estudos não randomizados podem ter o risco de viés.
A mulher pode ter decisões difíceis para enfrentar quando engravida com mais de um bebê. Essas gestações têm risco aumentado de complicações. É possível reduzir o número de fetos que a mãe carrega na esperança de melhorar a saúde dos fetos remanescentes. Até o momento, não há bons estudos para ajudar os pais a fazerem essa difícil escolha.
Não encontramos dados provenientes de ensaios clínicos randomizados para esclarecer os riscos e benefícios dos procedimentos de redução do número de fetos em gestações múltipla. Mesmo que os ensaios clínicos randomizados e controlados sejam a fonte de evidência mais confiável sobre os riscos e benefícios dos procedimentos de redução embrionária, esta redução seletiva pode não ser aceitável para as mulheres, particularmente casais com história anterior de infertilidade. A aceitabilidade desta opção e a anuência de se submeter a uma randomização vai depender da origem social e crenças do casal, e consequentemente, o recrutamento de participantes para um estudo desse tipo pode ser muito difícil.
Quando os casais são confrontados com uma gestação múltipla, com mais de dois embriões (“gestação múltipa de alta ordem”), eles têm três opções. A primeira é a interrupção da gravidez (aborto), que geralmente não é bem aceita pelas mulheres, especialmente aquelas com história anterior de infertilidade. A segunda é a opção de seguir adiante com a gravidez com todos os fetos, o que está associado com os problemas como parto prematuro, risco de morte e morbidade dos bebês no longo prazo. A outra alternativa é a redução do número de embriões através do aborto seletivo. A aceitabilidade dessas opções pelo casal depende da sua origem social e de suas crenças subjacentes. Esta revisão focou apenas na redução do número de fetos.
Avaliar, em mulheres com gestações múltiplas, a conduta de redução multi-fetal versus a conduta expectante.
Pesquisamos o Cochrane Pregnancy and Childbirth Group's Trials Register (até 31 de julho de 2015).
Selecionamos os ensaios clínicos randomizados que traziam dados sobre as mães e seus bebês submetidos a conduta expectante em comparação com os resultados das mulheres que optaram pela redução seletiva dos fetos nas gestações múltiplas.
Planejamos que dois revisores, de forma independente, iriam realizar a seleção dos estudos , avaliar 0 risco de viés, extrair os dados e verificar a acurácia das informações. No entanto, não foi identificado nenhum ensaio clínico randomizado.
Não foram identificados ensaios clínicos randomizados.
Tradução do Centro Cochrane do Brasil (Fernando Takashi Kojima Marques)